Neurociência aplicada a liderança e gestão de equipes

Atualmente uma das ciências mais estudadas é a Neurociência, que é a área que estuda o sistema nervoso, visando desvendar seu funcionamento, estrutura, desenvolvimento e eventuais alterações. 

Mas por que a Neurociência vem sendo aplicada em ambientes de trabalho? A resposta é simples: aumento de produtividade, conhecimento de equipes, estratégias e resultados. 

Ao liderar uma equipe, é necessário conhecê-la, identificar vícios e fraquezas, e, ao entender a lógica do sistema nervoso, podemos influenciar muitas atitudes, sendo útil para o desenvolvimento pessoal e profissional.  

Na liderança, a neurociência veio para mostrar que o modelo de chefia autoritário e que impõe medo, utilizado por muitos anos, está ultrapassado, ganhando espaço a figura do Líder que deverá saber engajar, influenciar, inspirar e promover um ambiente de trabalho saudável. 

De acordo com CASTELLANI no artigo Neurolíder: há um novo conceito em liderança: “A criatividade, a autonomia e a flexibilidade inundarão os ambientes de trabalho e criarão ambientes onde se permita certo grau de liberdade, para que as pessoas possam tomar suas próprias decisões.”

Aplicado a neurociência e de grande importância a liderança, David Rock trouxe o modelo SCARF, que são cinco motivadores sociais: status, certainty, autonomy, relatedness e fairness, que alinhadas às expectativas do cérebro social, minimiza a resposta “de ameaça” ampliando a resposta “de recompensa”.

 

  • Status: fazer com que a equipe tenha a percepção e o senso de pertencimento aos ambientes onde vive;
  • Certainty (Certeza): Trabalhar em um ambiente inseguro, pode requerer mais energia neural, fazendo com o cérebro registre ambiguidade, confusão, tensão. Cabe ao líder proporcionar à equipe, um ambiente seguro aumentando a relação de confiança;
  • Autonomy (Autonomia): Permitir que a equipe tenha autonomia, gera um sentimento de segurança, aumento do bem-estar, diminuindo o nível de estresse e ansiedade;
  • Relatedness (Relacionamento/Conexão): Deve o líder proporcionar a criação de um ambiente com confiança e entender que cada pessoa possui sentimentos, emoções e forma de agir, e que mesmo em um ambiente de trabalho, esses sentimentos não ficam do lado de fora;
  • Fairness (Justiça): O líder deve proporcionar um ambiente de trabalho justo, evitando “seus favoritos ou privilegiados”. Trabalhar em um ambiente onde existe injustiça, pode aumentar o nível de hostilidade e resistência das pessoas, quebrando o nível de confiança e colaboração da equipe

 

Ao aplicar o modelo SCARF, o líder estará entendendo sua equipe, aumentando o nível de segurança e reduzindo as sensações “de ameaças”, consequentemente trazendo grandes resultados, sendo, portanto, um grande desafio.

Segundo Marco Fabossia neurociência comprova cientificamente que muitas das reações consideradas por alguns líderes como “mi-mi-mi”, falta de maturidade, baixo nível de resiliência, e até falta de profissionalismo, são de fato reações naturais de um cérebro social que precisa primeiramente ser respeitado, para então ser desenvolvido.

Líderes realmente interessados nas pessoas e nos melhores resultados, buscarão ajustar seu comportamento para aliviar a dor social, o estresse organizacional e assim criar um ambiente onde haja maior motivação, criatividade e engajamento.

E você, líder, está disposto a respeitar a natureza do cérebro humano? 

Elaborado pela Dra.: Ana Carolina Cardoso de Sousa Alves
Controller Jurídico

 

Mortoza Advogados